Jornalistas de publicações satíricas manifestam-se em São Bento contra comportamentos "mais absurdos que as nossas próprias sátiras" do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.
"Assim não dá, como é que nós vamos inventar notícias satíricas quando o gajo elogia o Dias Loureiro sobre boas praticas financeiras na vida real" era como comentava a presente manifestação Luzídio Barata do diário Satírico "Quentes e Boas". Por volta das 11 horas de hoje, eram já mais de três mil os jornalistas de publicações satíricas que se juntavam em frente ao palácio de São Bento para se manifestarem contra o que consideram uma ameaça à sua profissão.
Felismino Fateixa, do semanário "Charlie à Brás", que organizou a manifestação de hoje, explicou a'O Estupefaciente que os comportamentos surreais do primeiro-ministro têm vindo a dificultar o exercício da profissão de jornalista satírico desde há muito tempo, mas as palavras sobre Dias Loureiro e o bom senso financeiro levaram a coisa a um novo patamar. "Há anos que sofremos com os comportamentos surreais dos políticos portugueses, mas o primeiro-ministro desta vez excedeu-se. Depois disto quem é que vai comprar jornais satíricos? A sátira não consegue competir com esta surrealidade ao vivo e a cores nos telejornais ditos sérios". Nós aqui n'O Estupefaciente identificamo-nos com o desabafo de Artur Golias Santos, do "Inimigo da Manhã", que perguntava o que virá a seguir "Angela Merkel a saudar o sucesso das politicas de apoio às minorias e as relações externas com os países do sul de Adolf Hitler?".
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