Seguindo o exemplo da ministra da Justiça, Pedro Passos Coelho pediu desculpa por ter nascido.
Antigamente as pessoas sérias assumiam as suas responsabilidades em fracassos graves através de penas judiciais ou da demissão dos seus cargos, mas a Ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, veio iniciar toda uma nova era da responsabilização pública, o "pá, desculpem, eu não sabia". Não será por acaso que é a ministra de justiça e não um ministro da juventude ou da educação que toma esta iniciativa, trata-se certamente de um indício forte de que as desculpas esfarrapadas vão brevemente ser consagradas na constituição.
Foram já vários os titulares de cargos públicos que aproveitaram para seguir o exemplo da ministra da justiça. Pedro Santana Lopes pediu desculpa por ter arruinado a Figueira da Foz e Lisboa sem saber que era suposto pagar as dividas, José Sócrates pediu desculpa por ter arruinado o país por não saber o mesmo, Paulo Portas pediu desculpa por ter comprado submarinos sem saber que andavam de baixo de água, e Pedro Passos Coelho pediu desculpa por ter nascido sem saber que estar vivo é o contrário de estar morto.
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